segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008


Brasileiro

Chinelo de dedo sujo de barro
Roupa fedida com suor antigo
Peito rosnando feroz o catarro
Criança esmolando seu abrigo

Moleque de um olhar travesso
Nariz que escorre toda meleca
Vida de pobre almeja o apreço
Miséria só muda se virar atleta

Dói na alma uma fome contida
Dentes podres sorriem da sorte
Menino espera alegrias da vida
Cresce artista fugindo da morte

Até que um dia a velhice ganha
Não existe amor e nem dinheiro
Artista honrado recusa barganha
Meu Deus, fui só BRASILEIRO



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