sábado, 13 de outubro de 2007


Procura-se namorada (II)

Depois da coluna da semana passada, Procura-se namorada (I), fiquei preocupado com os desdobramentos dessa história. Recebi muitos e-mails. Para ser exato, foram 600 durante toda a semana. Para falar a verdade, foram apenas 3, mas, como não gosto de números ímpares, arredondei para 600 mesmo. De duas, uma: ou meu texto foi uma merda ou a foto que está exposta, junto a ele, está uma merda. Ainda existe a possibilidade das duas alternativas estarem corretas. Ai, Fábio, que horror (pensa a amiga leitora)! Já o amigo leitor pensa: você é feio mesmo, porra! Se fodeu (ainda dá uma gargalhada e me chama de palhaço, ao terminar de ler o texto)!

Eu não sei o que houve. Esperava receber mensagens de mulheres maravilhosas dizendo que aceitavam não só namorar comigo, como, também, casar imediatamente. Doce Ilusão. Lembro ao caro leitor amigo do Comunique-se que, no ano passado, eu já havia pedido uma namorada em casamento (e ela aceitou), através do espaço Literário (Pedido de casamento). Por que não estou casado? Ela desistiu depois de um tempo. Disse que não me amava e o tempo provou que não me amava mesmo – mas isso é outra história. Voltemos ao namoro na TV ou, melhor dizendo, namoro no Comunique-se.

As 3 garotas que me mandaram e-mail foram diretas ao assunto. A primeira delas disse que não acreditava em uma palavra do que escrevi. Falou que eu deveria ser um homem bem galinha e que se pensava que toda a lorota que escrevi iria fazê-la ir para a cama comigo, eu poderia tirar o cavalinho da chuva. Disse, também, que não acreditava em homem nenhum nesse mundo. Respondi o e-mail com o telefone do meu analista. Ele tem feito grandes progressos comigo e, talvez, possa ajudar essa menina (essa louca!).

A segunda me parabenizou pela sensibilidade, mas disse que não se interessou pelo meu perfil. Só me desejou boa sorte. Ainda assim, perguntou-me se havia outros homens gentis como eu pelo mundo. Respondi o e-mail com o telefone do André Falavigna (Barba!) só para sacanear a menina. Já que não me deu bola, eu chutei o balde. O Falavigna é o cara mais grosseiro que conheço. Eu diria que ele é um Jece Valadão do século XXI. Já que a menina não quis nada comigo, eu aprontei com ela. E aprontei com o "Barba" também, pois, pelo que sei, ele é casado e feliz, e eu joguei um problemão para cima dele. Dane-se! Amigo só serve para essas coisas mesmo e para se pedir dinheiro emprestado, é claro!

A terceira disse, logo de cara (sem oi ou bom dia), que minha foto não lhe causara nenhuma atração, embora gostasse de homens intelectualizados. Disse também que detestava homens de cavanhaque, e quando eu respondi o e-mail dizendo que estava sem cavanhaque, no momento, ela me disse que não tinha jeito. Falou que pela foto já sabia não haver química alguma entre a gente. Bem, para essa eu respondi o e-mail com o telefone da sede do PSDB, em São Paulo, já que ela ama intelectuais, e com o telefone da ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química). Na hora de assinar o e-mail, coloquei meu nome e, ainda, a mandei para a puta que pariu. Mal-educado eu?! Namora com ela, então! Pode casar com essa P (de princesa)!

Como vê, caro leitor amigo, minha situação está complicada. Fiquei estressado com a repercussão ou falta de, causada pelo meu texto, e pela minha foto. Estou pensando até em falar com o meu editor, ilustríssimo Pedro Bondaczuk, para mudar minha foto por uma do Brad Pitt e meu texto por um do Paulo Coelho. Porra, agora vou apelar. Não tenho mais nada a perder. Como diria Vicente Mateus, quem sai na chuva é para se molhar mesmo! Bem, agora ou vai ou racha. Eu quero ver o circo pegar fogo só para eu levar a trapezista para minha casa.

A verdade é só uma: a diretoria do Comunique-se já está de saco cheio dos meus textos e de mim. Isso aqui para nós, caro leitor amigo. Que ninguém nos ouça. Confidencial, entende? Os diretores já me disseram, 2 vezes, que meus textos não tem nada a ver com a proposta do site. Na verdade, disseram 177 vezes, mas, resolvi arredondar para um número par. A Miriam Abreu, editora-chefe, me disse, outro dia, que os meus textos são "patifaria pura". Ela chegou a me chamar de "charlatão das letras". Então, é assim: ou eu arrumo uma namorada, através do comunique-se, ou subo o número de acessos do site em, pelo menos, 100%. É isso ou rua! Já determinaram. O fato é que estou fodido e solteiro, solteiro e fodido – e na iminência de ser mandado embora do Comunique-se.

Mas não há de ser nada. Sou louco, mas estou vivo. Sou feio, mas sou charmoso. Sou burro, mas sou cara de pau. Sou pobre, mas sou artista. Sou triste, mas sou poeta. E para vocês, amigas leitoras do Comunique-se, bonitas e solteiras, não esqueçam que, para ser feliz, muitas vezes, é preciso se expor ao ridículo. É que, para ser feliz, muitas vezes, é preciso acreditar no impossível. Saibam que, para ser feliz, muitas vezes, é preciso ser mais que um sonho guardado no peito. Eu sou apenas quem eu sou, Fábio de Lima, mas na ânsia de ser sempre melhor. Beijos de um louco que ainda acredita no amor: fabdelima@uol.com.br .

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