quinta-feira, 23 de agosto de 2007


Desemprego e falta de idéias

Confesso que essa semana eu não sabia sobre o que escrever. Lembrei do texto que escrevi na semana passada, Jornalismo é brega, e achei que qualquer coisa que escrevesse, agora, seria redundante e sem nenhuma importância. Na semana passada eu queria vomitar e vomitei. Agora, já desempregado e recebendo alguns nãããooosss pelo mercado de trabalho, não via novidade para passar aos meus leitores do Comunique-se. Eu estava fodido e não devia ficar reclamando em espaço público.

Durante essa crise de idéias resolvi sentar na frente do computador e apenas olhar a tela. Nada mais. Aproveitei o silêncio para acender um cigarro (não fumo). Já que segurava aquele troço, entre os dedos, resolvi também colocar uma dose de cachaça em um copo (não bebo). Então, depois de um marasmo grande, cerca de 15 minutos, eu ali parado, como uma múmia, resolvi fazer alguma coisa e, apenas, passei a mão esquerda no meu cavanhaque. O silêncio era necessário.

A tela do word continuava vazia, branca e quieta. Olhei para o telefone e ele também estava quieto. Tirei o fone do gancho para constatar se funcionava. Estava tudo certo com o aparelho. Estava tudo bem com o mundo. Só havia um problema e ele estava naquela sala. O problema do Planeta Terra, naquele momento, era EU! Tive vontade de gritar um palavrão, mas não o fiz. Tive vontade de dar um soco na mesa, mas não o fiz. Tive vontade de morrer, naquele instante, mas DEUS não quis.

É claro que o leitor desavisado vai me achar melodramático. Vai pensar: porra, esse cara está tão mal assim só por falta de trabalho?! Claro que não, leitor amigo. Só fico mal assim quando tem mulher envolvida na história. Essa tristeza toda nem tem a ver com minha falta de dinheiro para pagar as contas e sim com uma dor de cotovelo do caralho. Desculpe-me os leitores puritanos, mas a palavra caralho, nesse parágrafo, fez-se imprescindível. Sem ela não haveria texto.

Na verdade eu nem estava lembrando da falta de trabalho. Aqui no Comunique-se tem vários donos de assessorias de imprensa e algum deles vai, em breve, me oferecer emprego – não é mesmo?! Esse é o lugar que aparece emprego para jornalista, hoje em dia, no Brasil. As redações não contratam mais ninguém. Nas redações cada jornalista faz o trabalho que seria para 4 jornalistas fazerem. Portanto, em cada empresa, que deveria haver 20 profissionais, apenas 5 dão conta do serviço. Outros fodidos que também não reclamam em espaço público, mas são fodidos mesmo.

Voltando ao assunto mulher, eu estava melancólico. Eu amo, eu amo, eu amo (acho que isso é um refrão de música sertaneja). O fato é que eu amo uma mulher que não me ama e isso acaba comigo. Fico chorando pelos cantos, desanimado com a vida. Transfiro essa melancolia para os meus textos. Parece frescura – coisa de gente que não tem o que fazer – mas o negócio é sério. Ser rejeitado pela pessoa que você ama deixa a cabeça confusa mesmo. Você fica mais louco que muito louco que tem internado por aí. Você passa a chamar Jesus de Genésio.

Já havia se passado 45 minutos, desde a hora que sentei na frente do computador. A falta de idéias persistia e o rosto da mulher amada não saia de minha cabeça. Você, amiga leitora, saiba que mulher tem o poder de fazer o que quiser com um homem. Ela pode transformá-lo num vencedor ou num perdedor. Mulher é divina. Mulher é melhor que dinheiro. Mulher é melhor que futebol. Mulher é melhor que dinheiro e futebol juntos. E quando você ama uma mulher e ela te ama, então tudo fica fácil. Não é o meu caso.

Depois de olhar para aquela tela em branco. Depois de olhar para aquele telefone mudo. Depois de olhar no relógio mil vezes. Depois que os sonhos pareciam impossíveis e a realidade cruel, como apenas os sonhos e a realidade conseguem nos parecer, o telefone tocou e era ELA. O meu amor havia se lembrado de mim. Ela perguntava no telefone se estava tudo bem comigo. Caro leitor amigo do Comunique-se, desemprego e falta de idéias eu tiro de letra, mas esperar a ligação da mulher que eu amo me angustia muito. Um abraço e até a semana que vêm!

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