domingo, 5 de agosto de 2007


Saudade da escola

Eu nunca pensei que fosse sentir saudade da escola. Lembrar com carinho das aulas chatas de matemática, física e química.. Eu nunca pensei. Mas o mundo dá voltas. Hoje sei que naquele tempo a minha vida era mais fácil. Os meus problemas eram pequenos, comparados aos que tenho atualmente. Não que eu queira voltar no tempo. Sei que não se pode, nem valeria a pena, voltar atrás. Sinto falta, apenas, de ter aproveitado, um pouco mais, de algumas coisas.

Adorava história, mas somente decorava essa matéria e nunca pensei que algumas coisas que estavam sendo contadas, ali, poderiam me ajudar a entender melhor o mundo durante toda a minha vida. Adorava, também, português, mas não tinha paciência em prestar atenção em determinadas regras gramaticais. Sei que foi mais um erro, porque até hoje escrevo por bom senso e, às vezes, algumas regras gramaticais fazem muita falta enquanto conto minhas histórias.

Lembro também, agora, que gostava das aulas de geografia, embora não visse, na época, muita importância nessas aulas. Mas se tem uma coisa que não lembro direito é nome. Não lembro os nomes de meus professores. Também não lembro os sobrenomes de meus amigos e de meus inimigos do tempo de escola. Algo que me impossibilita achá-los no Orkut! Bela merda! Ai, meu Deus, esqueci: alguns leitores não gostam que eu escreva a palavra merda. Agora já foi! O fato importante mesmo é que não tenho contato com ninguém, absolutamente ninguém, do tempo de escola.

Fico imaginando se alguns professores, que já eram velhos enquanto eu estudava, ainda estão vivos. Imagino, ainda, se algumas garotas que eram lindas, com 15 anos, permanecem lindas. Penso se aqueles jovens rapazes que eram folgados, idiotas, mas se achavam o máximo, continuam folgados, idiotas, e se achando o máximo – mesmo depois de tanto tempo. Chego, algumas vezes, a ter vontade de voltar às escolas em que estudei e pedir autorização para andar por pátios, quadras, corredores e salas. No entanto, essa vontade passa rápido e nunca fiz, faço ou, provavelmente, farei isso.

Na verdade, caro leitor amigo do Comunique-se, eu não sei, ao certo, do que sinto saudade. Coloco no título desse texto que é saudade da escola, mas tenho comigo muitas dúvidas se é isso mesmo. Talvez eu sinta saudade do tempo que eu era apenas o Fábio, um entre inúmeros outros. Hoje eu sou o Fábio de Lima e isso implicou em mudanças. Não sou nada nem ninguém – mas sou único. Ser único é complicado. É muita responsabilidade para não ser dividida com ninguém. Como diria um poeta louco: cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é. Espero que meus professores, meus amigos e meus inimigos estejam bem.

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