domingo, 10 de junho de 2007


12 de junho de 2007

Onde foi parar minha caneta? Ganhei da minha ex-namorada no 12 de junho do ano passado. É uma caneta banhada a ouro. Está gravado o meu nome e o dela acompanhado de dois corações. Recordações desse tipo nem sempre fazem bem, mas essa caneta eu guardo com muito carinho sim. Afinal, o que faço boa parte do tempo é escrever. Seja como prostituta ideológica, ao exercer a profissão de jornalista, seja como poeta apaixonado, ao escrever versos e prosas, minha vida é rabiscar, indolentemente, pedaços de papéis.

Agora abro uma gaveta e outra e outra e outra, e nada. Abro aquela caixa onde guardo fotos, cartões e textos das velhas namoradas, e nada. Abro até meu coração por rever tantos papéis importantes, na sua determinada época, mas a caneta não aparece. Fico intrigado. Logo hoje que eu queria olhar para aquela caneta e escrever a palavra saudade num pedaço de papel. Logo hoje que estou sensível, só, e precisando de uma amiga.

A caneta sempre foi minha melhor amiga. Muito antes de ganhar essa caneta banhada a ouro, eu já acarinhava aquelas canetas básicas (com a letra B) e escrevia poemas em um caderno de capa azul. Aquele caderno guardo comigo até hoje, embora tudo que escrevi nele esteja com erros de português e muito confuso. Muitas canetas despejei naquele caderno e muitos sentimentos de adolescente estão eternizados naquelas folhas de papel já amareladas. Tudo isso através das minhas canetas amigas.

Mas, hoje, preciso dessa caneta especial. Nenhuma outra me serve. Preciso olhá-la de perto e lembrar de algumas coisas que sem minha caneta, em mãos, torna-se impossível. Preciso lembrar do sorriso da minha ex-namorada nesse dia dos namorados. Preciso, só hoje, tentar voltar no tempo e corrigir todos os erros praticados. Preciso apagar com uma borracha a palavra impossível e da escrita da palavra saudade abrir todo um baú de possibilidades. Hoje, só ela me serve e as outras são as outras e só.

Acho que acabo de plagiar um trecho de música, mas tudo que puder ser dito em nome do amor é bom. Se puder ser escrito e eternizado no tempo para todo o sempre, melhor ainda. No entanto, caso não encontre minha caneta, não terei coragem de usar uma outra. Preciso dela como nunca precisei antes. Aliás, seria muito bom poder falar isso para ela, desde que ela estivesse aqui e pudesse me ouvir, é claro. Meus olhos, minhas mãos e meus pensamentos sentem a sua falta.

Já procurei em todos os cantos. Revirei a casa. Está tudo de pernas para o ar e nada da caneta. Será que a roubaram? Como alguém poderia vir aqui – no meu pedacinho de mundo – e pegar minha caneta? Ela tem que estar em algum lugar que não seja cravada em meu coração. Ela tem que estar a minha espera para juntos vivermos sentimentos únicos. Nenhuma outra caneta me serve. Nenhum outro amor substitui o verdadeiro. Caro leitor amigo do Comunique-se, se vires uma caneta com o nome Fábio de Lima e UM GRANDE AMOR, me ligue: (11) 9510-5080.

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